"Educar em função das situações actuais, significa educar em função das situações futuras"

Prof. Doutor Avelino Bento

segunda-feira, 2 de junho de 2008

Conto Com Tapete

A Maria apresenta o seu conto "O Polegarzinho" seguido de pinturas.





Polegarzinho
Era uma vez um casal de lenhadores que vivia na floresta muito longe da cidade. Este casal tinha sete filhos, e o seu sétimo filho nasceu tão pequenino que os pais lhe deram o nome de polegarzinho. Era uma família muito pobre e naquela altura não havia lenha na floresta para eles cortarem e poderem vender às pessoas da cidade. Então um dia os seus pais saíram cedo para trabalhar, mas ainda a meio da manhã regressaram a casa. Quando chegaram o pai disse para a mãe:
- Querida amanhã tenho de levar os nossos filhos para a cidade, lá alguém os há-de recolher e dar-lhes comida, pois nós já quase não temos comida para lhes dar!
- Tens razão meu querido é para bem dos nossos filhos!
Mas o polegarzinho era o mais novo mas o mais esperto dos irmãos e queria sempre saber tudo e ele assim que ouviu uns sussurros na rua foi ver à janela o que era e ouviu a conversa todas dos pais. Então os pais entraram em casa e o pai disse:
- Por hoje já trabalhámos filhos, querem ir até à floresta dar um passeio?
E todos aceitaram logo a proposta do pai, muito contentes, menos o polegarzinho, não ficou contente porque já sabia o que se passava, mas foi na mesma! Lá vão eles pela floresta a brincar e a saltar cheios de alegria e o polegarzinho ia atrás muito cabisbaixo mas ia deixando pelo caminho migalhas de um pedaço de pão que lhe tinha sobrado do pequeno-almoço e ele guardou no bolso de propósito. Um pássaro que andava a voar pela floresta vê as migalhas de pão e diz:
- Olha que belas migalhas parece que não são de ninguém e eu estou cheio de fome, vou come-las!
A certa altura o pai apanhou os filhos distraídos e foi-se embora deixando-os sozinhos na floresta. Quando eles perceberam que estavam sozinhos ficaram tristes e começaram a chorar e o polegarzinho a pensar que estava tudo resolvido disse:
-Não se preocupem irmãos, eu tenho a solução. Sei como vamos voltar para casa, venham atrás de mim!
Começaram a andar, o polegarzinho deu uns passos para a direita, e não vê nada, deu uns para a esquerda e nada. Andou mais para e frente e disse:
- Oh não! Comeram as minhas migalhas todas, agora sim estamos perdidos na floresta e não sei como vamos voltar para casa!
E começaram todos outra vez a chorar, menos o polegarzinho que nunca baixa os braços:
- Então não podemos ficar aqui a chorar, vamos pôr-nos a caminho por uma destas estradas, alguma solução se há-de arranjar!
E lá foram todos pela floresta. Chegou a hora do almoço e eles não encontraram ninguém na floresta, andaram mais, já estavam cheios de fome, sede e nada. Até que o sol se escondeu, eles continuavam pela estrada fora. Até que:
- Olhem uma luz ali ao fundo, vamos, vamos ver o que é! – disse um dos irmãos. Quando chegaram ao local de onde vinha a luz dizem:
- Que grande casa aqui no meio destas árvores todas, vamos já bater à porta.
Bateram à porta, veio uma velhota abrir e disse-lhes:
- O que é que vocês estão aqui a fazer? Esta é a casa do papão das botas, ele não quer cá ninguém, se ele chega e vos vê aqui nem sei como vai ser!
- Oh que má noticia nos dá minha senhora, nós estamos sozinhos e se não nos deixa entrar os lobos da floresta vão comer-nos, ou nós morremos de fome e de cansaço! – disse o polegarzinho a chorar. A velhota teve pena daqueles sete irmãos e disse-lhes:
- Então eu vou deixar-vos entrar, mas com uma condição, amanhã assim que o sol nascer vocês têm de ir embora pode ser?
E eles como não tinham outra solução aceitaram. Entraram a velhota levou-os à cozinha, eles comeram tudo o que quiseram até encherem a barriga, porque aquela casa estava cheia de fartura. Depois a velhota ainda lhes disse:
- Xiu… Não podem fazer barulho o papão das botas tem sete filhas que estão a dormir lá em cima, elas são pequeninas como vocês, mas já são tão más como o pai. Se sabem que vocês estão aqui vão logo contar-lhes!
Depois de comerem a velhota foi deitá-los. Quando estava tudo em silêncio o polegarzinho que era o mais espertalhão e queria sempre saber tudo, ele viu que os seus irmãos já estavam a dormir e decidiu ir dar volta àquela casa toda. Rebuscou tudo, também abriu a porta do quarto das filhas do papão, e elas nem deram pelo polegarzinho. Até que chegou ao sótão do papão das botas, o sótão era grande e o polegarzinho viu tudo, inclusive uma grande arca que o polegarzinho logo abriu e disse:
- Que grande fortuna está nesta arca, vou já contar aos meus irmãos!
Quando o polegarzinho estava a chegar ao quarto para contar aos irmãos ouviu a porta abrir e uma voz dizer:
- Já cheguei velha, espero que o meu jantar esteja na mesa, tenho muita fome, quero comer e dormir!
O polegarzinho ficou muito assustado! Chegou perto dos irmãos e disse-lhes:
- Acordem, acordem…o papão das botas chegou mas eu tive uma ideia. Venham atrás de mim. Cada um de nós vai esconder-se debaixo de uma das camas das filhas do papão.
Assim fizeram, mas o papão começou a cheirar o ar e a dizer:
- Oh velha cheira-me a gente estranha aqui em casa, quem andas-te a meter aqui sem eu saber?
- Deve ser impressão sua. – Disse a velha.
- Impressão minha? Vou já dar volta a esta casa toda, se encontrar alguém estranho aqui em casa dou cabo de quem quer que for!
O papão começou a volta a casa pelo sótão, porque tinha lá a fortuna. Viu as casas todas, foi ao quarto das filhas, mas nem viu os sete irmãos. Foi então para a cozinha a pensar:
- Hum, desta vez enganei-me, mas nesta casa ninguém entra sem minha autorização!
Jantou, foi para o quarto, tirou as suas grandes botas, deitou-se em cima da cama e adormeceu! O polegarzinho quando percebeu que o papão já esteva a dormir disse aos seus irmãos:
- Agora venham atrás de mim ver o que eu encontrei!
Levou os irmãos ao sótão para lhes mostrar a fortuna, de seguida foi ao quarto do papão, viu que já esteva a dormir, até ressonava! Levou as suas grandes botas para o sótão:
- Tive uma ideia, o papão é mau e não quer ajudar ninguém mas os nossos pais precisem de ajuda, então amanhã assim que amanhecer colocamos a fortuna do papão nestas botas, vamos para a floresta e havemos de encontrar a nossa casa!
Adormeceram no sótão, cada um para seu lado. Assim que o sol nasceu, lá foram eles com a fortuna às costas. Levaram o dia a caminhar pela floresta. Só quando anoiteceu é que conseguiram ver uma luz ao fundo da floresta. Era a casa deles! Quando chegaram os pais ficaram muito felizes por terem os seus filhos de volta. Os sete irmãos contaram toda a história aos pais e deram uma grande lição ao papão!